Nesta segunda-feira (22), a defesa do ex-presidente Lula enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) novas mensagens entre procuradores da Lava Jato apreendidas pela Operação Spoofing.
Os diálogos revelam a cooperação internacional entre integrantes do Ministério Público Federal e autoridades estrangeiras por fora dos canais oficiais.
“Li o email de Mônaco, ainda, e é bem melhor do que havia achado… dá a entender que é possível regularizar [a cooperação] a posteriori… enfim, vamos nos falando e fique à vontade”, afirmou Orlando Martello, em 2015.
Segundo Dallagnol, não havia problema em seguir com essa metodologia criminosa. “Faz tpo [tempo] que não tenho vergonha na cara kkkk”. Na mesma época, o então chefe da Lava Jato disse que tinha recebido um email do ex-procurador suíço Stefan Lenz e que trocaram informações pelo Telegram. “Não comenta com ninguém do e-mail com Stefan. Se vazar algo não mandaram…”, afirma Dallagnol.
Ainda, de acordo com uma mensagem de Orlando Martello, as informações de brasileiros e empresas nacionais foram encaminhadas para autoridades norte-americanas por pen drives.
Segundo o procurador, em mensagens, “Pessoal do RJ, na próxima semana Christopher do DOJ [Departamento de Justiça dos EUA] estará aí, certo? Quem de Vcs estará com ele, pois preciso encaminhar um pen drive para ser entregue a eles”.
“Estou recebendo informações de Mônaco diretamente por email e foi autorizado o uso oficial…”, diz Dallagnol, sobre irregularidades jurídicas cometidas por ele. Entretanto, o procurador foi repreendido por Vladimir Aras, responsável na épca pela cooperação internacional da Procuradoria-Geral da República, “Delta, melhor ter cuidado. Que tipo de situação é? As defesas podem questionar o canal. O DRCI também”.